domingo, 2 de setembro de 2012

Prometheus – Crítica


Por Wilma Emilia



Embora Prometheus tenha muitas semelhanças e elementos do universo Alien, não se trata de um prelúdio do filme de 1979 dirigido por Ridley Scott. Pelo menos não por enquanto. No filme, um grupo de pesquisadores e cientistas partem numa expedição em um planeta distante numa nave chamada Prometheus, que não por acaso recebe este nome. No contexto greco-mitológico Prometheu foi um titã que teve a audácia de roubar o fogo dos deuses e dar aos humanos. Como castigo, Zeus aprisionou Prometheu em um cume, onde todos os dias o Titã teria o seu fígado dilacerado por uma águia.  O ferimento também se regenerava todos os dias por um período de 30.000 anos. O filme gira em torno dessa analogia (que não poderia deixar de ser citada no filme), com a tripulação da Prometheus "desafiando" o seu "Criador" que seriam os alienígenas, e sofrendo as consequências por sua ousadia.
 

A expedição financiada pela Wayland Corp ( a mesma de Alien ) é liderada por dois arqueólogos que encontraram ligações em pinturas nas cavernas feitas no passado em várias épocas diferentes. Ao decifrar a mensagem das pinturas, o casal de arqueólogos chega a conclusão de que a possível  origem da vida na terra se deve a nada mais nada menos que a seres  extra-terrestres, chamados por eles de Engenheiros, e que estes estariam os convidando através destas pinturas nas cavernas à visitar o seu "lar". Simplesmente (em teoria) a maior descoberta da humanidade. Partindo desse princípio todas as teorias e crenças da origem da vida cairiam por terra, inclusive a de que o homem evoluiu de primatas e de que Deus criou a humanidade. Há uma tentativa de criar um conflito científico-religioso através da personagem Elizabeth Shaw, muito mal desenvolvido por sinal.
Por falar em desenvolvimento, personagens que poderiam ter um melhor proveito acabam não tendo, situações que poderiam ser melhor exploradas ( como a tensão entre a Doutora Elizabeth e a executiva Meredith) não são, e situações que poderiam ser dispensadas também não são ( alguém em um planeta desconhecido, em local suspeito e obscuro, não levar a sério um bicho alienígena com aspecto ameaçador à sua frente, seria um alivio cômico? ). A carga de sofrimento imposta à Doutora Elizabeth Shaw  poderia ajudar no crescimento da personagem, mas no fim acaba a atrapalhando.

No elenco, Prometheus tem dois nomes de destaque absoluto: Michael Fassbender e Noomi Rapace. Noomi Rapace nos apresenta uma heroína que é o equivalente à Ellen Riplay dos filmes Alien: Uma sobrevivente, emotiva, forte. Michael Fassbender nos entrega o melhor androide do universo Alien.
Apesar dos pormenores descritos, e já lançando o infame, porém já consagrado trocadilho, Prometheus não necessariamente cumpriu o que "Prometheu"( uma história que explicaria a origem da humanidade), mas por outro lado também não "comprometheu" porque o esperado estava lá, a tensão, o mistério, a aflição, o clima sombrio, os excelentes efeitos visuais e sonoros, os bichos asquerosos e mortais, ficção cientifica de primeira, tudo está lá. Contudo, este não é o filme que revolucionará a ficção cientifica, mas é um filme obrigatório para qualquer fã do gênero.
Prometheus
EUA , 2012 - 124 min      
Ficção científica
Direção: Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Idris Elba, Guy Pearce.

Nota: Três frames e meio (3,5)


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